Acho que este é um dos principais conflitos vivenciados pelos pais: proteger ou orientar os filhos? Evito que ele entre em contato com estímulos que considero inadequados, ou os exponho a eles, conversando sobre o porque os considero inadequados? Proíbo de ouvir aquela música que acho vulgar, ou deixo que escute e abro o diálogo sobre o conteúdo dela? Desligo a televisão na hora do desenho “violento”, ou deixo que assista e converso a respeito do comportamento dos personagens?
Eu particularmente sou da turma que acredita mais na segunda opção. Provavelmente isto tenha a ver com a forma como fui criada. Na minha casa sempre existiu muito diálogo. Eu assisti Pica-Pau, Tom e Jerry, Papa-Léguas, e todos estes desenhos que hoje são vistos por muitos como exemplos de mau comportamento para as crianças. Entretanto, lembro com clareza de meus pais conversando comigo a respeito do comportamento mal criado do pica pau, e das maldades que o Jerry fazia com o Tom e o Papa-Léguas com o coiote. Resultado? Nunca fui uma pessoa agressiva ou insensível aos sentimentos alheios; ou seja, as orientações de meus pais tiveram muito mais efeito sobre mim do que o exemplo dos personagens.
Alguns vão ficar horrorizados com isso, mas eu olhava as revistas Playboy do meu pai durante minha pré-adolescência, por pura curiosidade. Se eu fazia escondido? Não, as revistas ficavam acessíveis a mim e eu chegava a folheá-las junto de meus pais enquanto assistíamos TV na sala. Entretanto, lembro também das inúmeras conversas que tivemos sobre expor o corpo por dinheiro e sobre os padrões de beleza impostos pela sociedade. Sou uma pessoa vulgar ou obcecada pelo corpo perfeito hoje? Muito pelo contrário, sou até careta demais e um pouco desleixada com a forma, diga-se de passagem. Não troco a pizza do fim de semana por uma barriguinha chapada de jeito nenhum.
Sendo assim, entre proteger e orientar, opto pela segunda opção. Penso que proteger os filhos do “inadequado” é um poder que temos durante pouquíssimo tempo de suas vidas. Entretanto, as orientações e os valores perduram para sempre. Proteger os filhos do mundão aí fora não irá ensiná-los a lidar com ele. Desligar a TV na hora do Tom e Jerry pode criar na criança a ilusão de que violência, agressividade e malandragem não existem; e elas não só existem como cruzarão o caminho de nossos filhos várias vezes ao longo da vida. Para o meu filho, quero a consciência de que encontrará muitos Jerrys e Papa-léguas pelo caminho, e precisará defender-se deles. Defender-se, e não imitá-los. Com a nossa ajuda, eles podem entender a diferença.
Ideia de mãe
Um blog escrito entre um troca de fraldas e outra, uma mamadeira e outra, e agora conciliando tudo isto com a profissão e com um bebê que sobe nos móveis!
terça-feira, 27 de março de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
11 COISAS QUE APRENDI COM A MATERNIDADE (ATÉ AGORA!)
Hoje meu Pedrinho está completando um aninho (vivaaaaa). Acho que foi o ano mais intenso de toda minha vida, cheio de novas experiências. Pensei então, que o post de hoje poderia ser sobre as coisas que aprendi até agora com a maternidade... Com certeza esta lista ainda vai mudar e ser atualizada, mas até o momento estas são as coisas nas quais venho pensando.
Peço desculpas desde já porque o texto está enorme; é inevitável já que ele é uma síntese de tudo o que aprendi neste ano que passou. Creio que são os itens abaixo serão interessantes especialmente para quem é mãe, e úteis (sem querer ser pretensiosa) para mamães de bebês pequenos (viu Rafinha?). Então vamos lá! Com a maternidade aprendi...
1- A ter mais empatia por outras mães e pais. Confesso: antes de ser mãe, era do tipo que quando via uma criança fazendo birra em uma loja e ganhando o que queria, pensava: “tsc, tsc, coisa feia, esses pais não sabem que o melhor a fazer é ignorar a birra? Simples assim”. Eis que há alguns dias estou eu com meu filho em uma loja, e ele começa a fazer a maior gritaria porque queria mexer em um vaso cheio de pedras. O que eu fiz? Dei uma pedrinha do vaso para ele brincar, porque estava morrendo de vergonha. Pois é, depois que virei mãe, procuro não julgar outras mães e pais. Cada um faz o melhor que pode, dentro das condições que tem. É claro que às vezes me pego apontando o dedinho, parece que a necessidade de avaliar faz parte da condição humana. Mas juro que depois sempre reflito sobre a minha atitude.
2- A gostar dos momentos de solidão. Nunca gostei de ficar sozinha. Sempre disse isto a todos, afirmei e continuo afirmando que não sou o tipo de pessoa que conseguiria morar sozinha. Entretanto, alguns momentos de solidão passaram a ser preciosíssimos depois que o Pedro nasceu, provavelmente porque agora são raros. Chego a ponto de planejar o que vou fazer durante a sonequinha dele; fico sonhando em sentar e tomar um cafezinho beeeem despreocupada. Coisas que eu fazia com tanta frequencia que chegavam a ser sem graça, hoje são deliciosas.
3- Que bebês são um tratamento de choque para mania de limpeza e organização. Sim caros leitores, a dona deste blog é obsessiva por organização (um pouco menos por limpeza). Adoro ver minha casa impecável, com tudo no lugar certo (leia-se: no lugar que EU acho que é o certo). Sou do tipo que alinha a mesa de jantar com a parede e não suporta ver um tapete torto. E agora cá estou, com um bebê que acabou de aprender a andar e quer descobrir o mundo. E descobrir o mundo significa: abrir as portas e gavetas e tirar tudo de dentro; jogar no chão tudo o que estiver ao alcance daquelas mãozinhas curiosas e insaciáveis; quebrar os brinquedos; mexer nos perfumes e maquiagens da mamãe; abrir o vaso sanitário e enfiar a mão dentro; etc. etc. etc. Resultado? Aprendi a não me incomodar (tanto) com coisas espalhadas pela casa. Quando ele dorme, ajunto o que dá vontade – para que depois ele espalhe tudo novamente.
4- Que bebês têm fases. O bebê faz 3 meses e começa a dormir melhor. Você pensa: “Ufa, agora o sono dele está regular”. O que acontece? Ele faz 4 meses e volta a acordar de hora em hora. Com a introdução de sólidos, aos 6 meses, ele passa a dormir a noite inteirinha. Você pensa: “Até que enfim, nunca mais vou ter que acordar de madrugada”. O que acontece? Aos 8 meses os dentinhos começam a nascer e por conta do incômodo o bebê passa acordar de meia em meia hora. Seu bebê é um anjo, brinca sozinho e não reclama de nada? Bang! Ele faz um ano e passa a ter opinião própria, aprende a fazer birra, e tudo o que possa vir com este pacote. Ou seja: filhos sempre são uma surpresa, sempre. O bom é que não fica entediante.
5- Que as pessoas sempre vão julgar seu desempenho como mãe. Sabe aqueles cartazes de “Sorria, você está sendo filmado”? É assim que me sinto desde que o Pedro nasceu. Não, não estou com sintomas de esquizofrenia nem nada no gênero, as pessoas realmente nos avaliam enquanto mãe o tempo todo. Acredite, se você não amamentar seu filho, haverá centenas de dedos apontados em sua direção dizendo: “seu filho vai ser doente”; “seu vínculo com seu filho não será adequadamente estabelecido”. Se você amamentar, haverá a mesma quantida de dedos dizendo: “Essa criança vai ficar mal acostumada, fica no peito o dia todo”; “seu bebê tem 8 meses, você ainda não desmamou?”. Se você introduzir alimentação sólida aos 6 meses, alguns a criticarão por não tê-lo feito anteriormente; se introduzir aos 3, será criticada por não fazê-lo apenas aos 6. Se colocar calça comprida no seu bebê, alguns dirão que ele está com calor; se colocar bermuda (no mesmo dia) outros dirão que ele está com frio. Precisa continuar a lista? Sendo assim, o ponto ao qual quero chegar é o seguinte: Faça o que VOCÊ (e o pai, é claro) achar melhor para seu filho. Ponto. Você vai ser julgada de um jeito ou de outro.
6- Que dizer “não mexa aí” para um bebê de um ano, tem exatamente o mesmo efeito de dizer “mexa aí”. Você pode alterar o tom de voz, você pode franzir a testa, você pode fazer a cara mais feia do mundo. O que vai acontecer? Ele vai rir de você, e na primeira oportunidade (que geralmente é dali a uns 30 segundos) vai mexer exatamente no mesmo lugar. Isto quer dizer que você deve deixá-lo fazer tudo o que quer? É óbvio que não. Mas o que quero dizer é: não se irrite, tenha paciência. Esta é uma fase de aprendizado, e bebês desta idade demoram muito para compreender o conceito de “não”. Continue ensinando, mas saiba de vai demorar tempo para que ele realmente aprenda. Dito isto, passe para o próximo ponto, que é complementar a este.
7- Que quando criamos um bebê, o melhor a fazer é eliminar as fontes de estresse. Sua estante é cheia de CDs e bibelôs, e você não consegue fazer seu bebê compreender que não deve bagunçá-los? Simples, esvazie a estante. Meus CDs e bibelôs estão em uma caixa em cima do guarda roupa neste momento, e só voltarão à estante quando percebermos que o Pedro compreendeu o que é “não”. Você não quer que ele entre no seu quarto? Feche a porta. Ele adora mexer na lixeira de fraldas? Coloque a lixeira sobre uma cômoda ou prateleira. Caso contrário, você vai passar metade de seu dia dando bronca no seu filho, e a outra metade arrumando as coisas que ele bagunça. Acredite, não vale a pena.
8- Que 95% das preocupações de uma mãe de primeira viagem são em vão. Mãe de primeira viagem fica encanada com ABSOLUTAMENTE tudo! Aquela bolinha que aparece no rosto do bebê, a manchinha vermelha na perninha, o cocô com cor diferente, o punzinho com cheiro estranho, a bochechinha rosadinha que parece febre... Tudo é muito grave! Aprendi durante este ano que, na grande maioria das vezes, estas preocupações não têm fundamento. Hoje procuro observar duas coisas: se o sintoma persiste por alguns dias, e se incomoda meu filho. Caso contrário, desencane, não é nada!
9- Que extremismo cansa! Antes do Pedro nascer, eu dizia que o amamentaria exclusivamente até os 6 meses. Resultado? Ele não quis mamar e meu leite secou com 20 dias. Jurava que não daria açúcar até 1 ano. Resultado? Mal começou a comer, lá estavam os avós, as tias e (pasmem) nós mesmos dando um pedacinho de chocolate aqui, uma colheradinha de sorvete ali, “só para experimentar”. O que aconteceu? Nada! Absolutamente nada! Meu filho não teve uma diarréia, uma alergia, nada mesmo. O máximo que conseguimos foi um sorrisão banguela todo sujo de chocolate, impagável. Isto quer dizer que vou deixá-lo comer o que quiser? Este seria outro extremismo, então não. O Pedro tem uma alimentação saudável, come frutas, legumes e verduras, mas não me estresso mais com uma bocadinha (ou bocadona) de doce. Ah, também descobri que ele não vai ficar banguela se não escovar os dentes em todas as refeições.
10- Que não vale a pena sentir (tanta) culpa. Você vai cortar as unhas do bebê e tira um pedacinho de pele; fica se culpando por três dias. Seu filho faz cocô, você não vê, e ele fica levemente assado; você se tortura por uma semana. Você altera o tom de voz porque ele quebrou sua fruteira de vidro; pronto, um mês de punição mental. Você deixa o bebê chorar um pouco no cercadinho para terminar o almoço; béééé: prêmio de pior mãe do mundo! Se for neste ritmo, vamos passar 90% do tempo nos sentindo culpadas. Hoje aprendi a não ser (tão) exigente comigo mesma. Tomei consciência de que cometerei erros na maternidade, assim como cometo no trabalho, com os amigos e no casamento. Fiz o melhor que pude? Ótimo! Não fiz? Ok, vou tentar fazer na próxima vez. E pronto.
11- Que as obrigações diárias podem ser prazeirosas. Trocar a fralda cheia de cocô, fazer dúzias de mamadeiras, picar centenas de legumes e frutas para as papinhas, ninar o bebê, encher e esvaziar a banheira, esfregar roupinhas manchadas... Ufa, que canseira! Mesmo assim, aprendi que todas estas atividades podem ser gostosas de alguma forma. A hora de trocar a fralda pode ser um momento de conversar e encher meu pequeno de cócegas. Preparar as refeições é uma oportunidade de fazer opções saudáveis para o bebê, e é muito gratificante saber que o bom desenvolvimento dele é resultado disto. Fazê-lo dormir ou banhá-lo pode ser um momento de extremo carinho e proximidade, pois permite contato físico em abundância. É claro que nem sempre acho todas estas tarefas agradáveis, mas procuro não fazê-las no piloto automático para aproveitar ao máximo a experiência de mãe. A única coisa que não consegui gostar foi acordar de madrugada!
Por hora é isto! Assim que esta lista aumentar, prometo fazer outro post.
Abraços
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
UM TAPINHA NÃO DÓI???
Está prestes a ser aprovado (assim espero) o Projeto de Lei 2652/2003, popularmente conhecido como “Lei da Palmada”, que proíbe a aplicação de castigos corporais a crianças e adolescentes, seja em casa ou na escola, por qualquer pessoa responsável por seus cuidados. Eu não poderia deixar de escrever em meu blog a respeito deste assunto, já que o mesmo tem mexido com os “brios” de muita gente (contrárias e favoráveis ao projeto) e incitado discussões pra lá de calorosas nas redes sociais.
Chamou-me a atenção o número de pessoas contrárias ao projeto, e até mesmo indignadas. São muitos os argumentos utilizados por elas, e vejo que os dois principais são: a) Há crianças que precisam apanhar para aprender; b) A autoridade da família não pode sofrer interferência do governo.
Primeiramente, não acredito que algumas crianças devam apanhar, e outras não. Ninguém é naturalmente bom ou mal, não nascemos com nosso caráter e nossos valores formados. Eles são construídos ao longo da vida, e a família é uma das principais influências neste processo. Sendo assim, uma criança que cresce sendo agredida, seja fisicamente ou emocionalmente, por consequência vai aprender a resolver seus problemas por meio da agressão. Esta agressividade pode acabar se voltando para os coleguinhas de escola, os irmãos e até mesmo voltar para os próprios pais. E aí, com que moral um pai que bate corrige um filho que faz o mesmo?
Com relação à questão da autoridade, penso que as pessoas precisam aprender a diferenciar AUTORIDADE de AUTORITARISMO. Um relação de autoritarismo é construída por meio de coerção, de ameaças. A pessoa autoritária até pode ser obedecida, mas quem obedece o faz por MEDO. Já uma relação de autoridade é construída naturalmente, por meio do exemplo e das atitudes do dia a dia. Em uma relação de autoridade, aprendemos a obedecer o outro porque confiamos e o respeitamos.
Considero-me um exemplo vivo de que é possível educar um filho sem agredi-lo fisicamente. Nunca apanhei de meus pais; levei bronca, ganhei castigo (ficar sem TV, sem doce, sem revistinha...), mas não levei uma única surra. Sou perfeita por isto? Óbvio que não, mas tenho certeza de que meus pais têm orgulho da pessoa que me tornei. Eles perderam a autoridade sobre mim por isto? Só posso dizer a vocês que hoje sou mãe de família, tenho quase 30 anos, e até hoje tenho o maior respeito do mundo pelos meus pais. Respeito, não medo. É isto que quero que meu filho sinta por mim.
Pode ser que um dia eu perca controle e bata no meu filho? Farei o possível para que nunca aconteça, mas se acontecer, considerarei esta atitude um erro e certamente pedirei desculpas. Uma criança não precisa pagar pela falta de controle emocional de um adulto. E como diz a sabedoria popular: “Vá bater em alguém do seu tamanho”.
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
O MITO DO AMOR INCONDICIONAL
Há alguns dias meu filho passou por uma fase que confesso ter sido um tanto incômoda para mim: estava um grude com o pai. Só queria o colo do pai, chorava quando eu o pegava, e quando estava comigo estendia os bracinhos para o papai segurá-lo novamente. Incômoda não porque eu não goste de ver este vínculo que ele desenvolveu com meu esposo, pelo contrário, desde minha gravidez sempre fiz de tudo para que isto acontecesse. Mas confesso que sempre fantasiei que EU seria a figura mais amada da vida do meu bebê, que seria PARA MIM que ele estenderia os bracinhos, que seria COMIGO, E APENAS COMIGO, que ele se acalmaria quando estivesse chorando. Coisa de mãe né?
É claro que eu passei horas e horas chateada e me questionando sobre o que eu poderia estar fazendo de errado... Mas depois de muito pensar, cheguei à conclusão de que nada do que eu tenha feito pode ter causado isto. Por fim, me convenci de que tratava-se apenas de uma fase, como tantas outras que ele vivencia.
Mas o ponto principal de meu texto nem é este. Apenas relatei a situação para que vocês entendam o que me motivou a escrevê-lo.
A partir desta fase do meu pequeno (que parece estar passando, ufa!) comecei a me questionar a respeito do famoso “amor incondicional” que insistimos em dizer que as mães sentem pelos filhos. Ora, “incondicional” significa “que não supõe ou não admite qualquer condição”, de acordo com o dicionário. Ou seja, se amor de mãe é incondicional, isso quer dizer que ela precisa amar sua prole sem desejar, exigir ou até mesmo esperar absolutamente nada em troca. E de repente me dei conta que meu amor pelo meu bebê não é incondicional... por quê? Porque eu não admito amá-lo sem ser correspondida. Quero muito que ele me ame e faça questão da minha companhia assim como eu faço da dele. Sei que talvez ele não sinta por mim um amor tão intenso como sinto por ele, mas certamente toda mãe espera afeto e carinho dos filhos.
Amor de mãe pode até ser incondicional em outros aspectos, por exemplo, não espero de forma alguma que meu filho compense os (enormes) gastos financeiros que tenho com ele, e sei que quando eu ficar velha talvez ele não tenha disponibilidade para me alimentar, me banhar ou cuidar de mim como faço com ele, até porque provavelmente terá uma família e uma vida para cuidar também. Mas amor... ah, isso toda mãe quer de volta!
domingo, 21 de agosto de 2011
CUIDANDO DO CUIDADOR
Há alguns dias assisti a um programa na televisão que fala de assuntos variados na área de saúde, e o tema do dia era estresse. Em determinada altura do programa, os apresentadores propuseram aos telespectadores um teste que avalia o nível de estresse. Pois bem, respondi ao tal teste e o resultado foi que meu nível de estresse está dentro do normal; mas não é neste ponto que quero chegar com meu texto. Uma das perguntas do teste está martelando há dias na minha cabeça: “você reserva um tempo do dia para cuidar de si mesmo”? Eu pensei, pensei e repensei, e cheguei à conclusão de que tenho tido pouco, pouquíssimo, quase nada de tempo para cuidar de mim mesma.
Penso que esta é uma condição normal da maternidade, ainda mais para mães de bebês, que são seres totalmente dependentes para tudo. Entretanto, isto não deixou de me despertar outra questão: o fato de que nosso bem estar, seja ele físico ou psicológico, influencia profundamente o bem estar dos nossos pequenos. Dedicamos tanto nossa atenção e cuidados a eles, que acabamos esquecendo, ou pior, achando natural não cuidar de outras áreas da nossa vida como o trabalho, o maridão, a casa, a família, e de nós mesmas. E não cuidar destas áreas certamente fará com que a mãe sinta-se, mais cedo ou mais tarde, desanimada e desmotivada. E é aí que eu quero chegar: será possível uma mãe desanimada e desmotivada criar um bebê feliz? Eu particularmente acredito que NÃO!
A sociedade cobra tanto das mães do tal do “amor incondicional”, que a mãe que separa-se do filho de vez em quando para cuidar de outras áreas da vida acaba sendo até mesmo criticada e condenada. Dizer que deixou de comprar um brinquedo para o filho para comprar uma roupa nova para si mesma? As pessoas acham um ABSURDO, mesmo que seu pequeno tenha um armário estourando de tranqueiras que ele nem usa. Deixar o bebê chorando por alguns minutos para terminar de lavar e secar seus cabelos? CRUELDADE. Levar o bebê para dormir na casa da vó, enquanto você e o maridão saem para fazer aquele programa de casal? Ô MÃE DESNATURADA! E por aí vai, os exemplos são inúmeros.
O que as pessoas não percebem é que estamos fazendo o caminho inverso: cuidamos primeiro do bebê, e depois (se der tempo) dos outros filhos, da casa, do marido, e por último de nós mesmas. Com isto, todo mundo vai ficando cansado e desgastado, e o bebê certamente percebe e absorve todos estes sentimentos. Deveríamos então inverter esta ordem: cuidar de nós mesmas e das outras áreas da nossa vida, pois assim a família toda fica mais feliz, e consequentemente conseguirá criar um bebê mais feliz e saudável. Isto quer dizer que as necessidades do bebê passarão a ser ignoradas? É ÓBVIO que não! Apenas precisamos entender que ter uma mãe feliz e satisfeita com sua vida, é também uma necessidade importante do pequeno.
domingo, 31 de julho de 2011
Selinhos de presente! OBA!
Estou fazendo esta postagem para mostrar os selinhos lindos que ganhei da querida Bruna, mamãe blogueira como eu. Aí vão eles.
Desculpe a demora em fazer o post Bruninha!! Muito obrigada!
Ah, visitem o blog da Bruna: http://omundodemanuella.blogspot.com/
Beijos
Desculpe a demora em fazer o post Bruninha!! Muito obrigada!
Ah, visitem o blog da Bruna: http://omundodemanuella.blogspot.com/
Beijos
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Trabalho + Bebê = será que eu consigo???
Voltar ao trabalho ao fim da licença maternidade... ô fase difícil! As dúvidas e conflitos são inúmeros: será que eu vou dar conta? Como vai ser cuidar do bebê, da casa, e do meu trabalho ao mesmo tempo? E se o meu bebê começar a gostar mais da babá (ou da vovó, do papai, da professora da escolinha, ou quem quer que cuide dele na sua ausência) do que de mim? E se o meu bebê se afastar de mim? Será que corro o risco de me tornar uma mãe ausente? E se eu ficar tão cansada a ponto de não ter mais paciência e nem tempo para o meu filho?
Queridas leitoras e leitores, vou lhes contar, o fim de minha licença maternidade me rendeu estas e muuuuitas, muuuuuuuuuitas outras dúvidas. Foram noites e noites rolando na cama sem sono pensando em como seria conciliar a minha vida antiga (trabalho + casa + casamento + amigos + família) com a minha nova vida (um bebezão maravilhoso, mas que dá muito trabalho). Pois bem, a licença terminou há dois meses, e acho que posso afirmar que até agora tenho me saído bem. Tenho conseguido passar tempo com meu filho, meu marido, meus amigos e minha família, minhas tarefas no trabalho estão em dia, e minha casa está relativamente organizada. E o melhor de tudo: EU SOBREVIVI! Sendo assim, senti que poderia compartilhar algumas dicas com as mães que estão vivenciando estes medos. É claro que cada uma poderá adaptá-las à sua realidade que certamente será diferente da minha, mas são dicas que têm funcionado muito bem, mesmo trabalhando MUITO e não tendo babá nem diarista para cuidar da casa. Aí vão elas:
- Seja organizada. Quanto temos muitas tarefas a cumprir, organização é indispensável. Sabe a máxima “não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje”? Com bebê, trabalho, casa e marido para cuidar, você precisa adotar esta filosofia. Deixar as tarefas acumuladas será muito pior, até porque o seu tempo agora está reduzido, então fica difícil ter um dia todinho para colocar as coisas em dia. Eu costumo programar todas as tarefas que vou realizar ao longo do dia, priorizando as mais importantes, e não me permito parar antes de terminá-las.
- Seja flexível. Na verdade, esta é uma dica de complementação à dica acima. Mesmo que você se organize e programe as atividades do dia, saiba que em algum momento você será interrompida. Adivinhe por quem? Pelo bebê que está com fome, com a fralda suja, ou simplesmente quer atenção. Sendo assim, não fique irritada ou frustrada porque não conseguiu cumprir sua programação; esta vai ser uma constante em sua vida de mãe. Sabe quando eu falei que “não me permito parar”? Na verdade esta é a única exceção que abro: atender meu bebê.
- Coloque o maridão (ou quem more com você, ou até mesmo amigos e família que não moram) para trabalhar! Não queira ser uma super mulher e dar conta de tudo sozinha, porque você não vai conseguir. Peça, sem medo, ajuda com as tarefas domésticas e com os cuidados com o bebê. Deixe o pequeno na casa de alguém de vez em quando para dar uma descansada, ou aquela limpeza que a casa está precisando. Faz muito bem ter um dia (ou uma manhã que seja) só para você. Dá uma sensação muito boa de controle sobre a vida (pelo menos para mim que sou uma controladora assumida!).
- Um dos meus maiores medos era de que meu filho se afastasse de mim por eu passar algumas horas no trabalho. Hoje posso dizer com toda certeza: fiquem tranquilas, isto não vai acontecer. É claro que vai depender da postura que você tem quando está em casa. Eu procuro aproveitar ao máximo qualquer oportunidade que tenho de passar tempo com meu filho. Até mesmo trocar fralda, dar mamadeira, ou dar banho viraram momentos preciosos. Uma das formas mais importantes de criar e manter vínculo com o bebê é cuidar dele; o bebê sente-se atendido em suas necessidades e aprende a confiar em quem realiza tais cuidados. Sendo assim, eu aprendi a não olhar tais tarefas como obrigações, e sim como momentos importantes de aproximação com meu pequeno. Fico feliz da vida quando posso dar a última mamadeira da noite e colocá-lo para dormir!
- Conforme-se: sua casa não vai mais ficar tão organizada quanto você gostaria; seus cabelos e unhas não estarão sempre arrumados; seu desempenho no trabalho vai ser menos satisfatório do que antes; você precisará deixar seu bebê chorando por alguns minutos de vez em quando; seu tempo e disponibilidade não estarão mais sob seu controle; a ansiedade e o cansaço inevitavelmente irão aparecer em vários momentos. Toda escolha implica em uma (ou várias) perdas, e estas são perdas decorrentes da escolha que você fez de ser mãe (digo escolha porque, mesmo não tendo escolhido a gravidez, você em algum momento escolheu levá-la até o final). Mas em compensação, o ganho proveniente desta escolha é tão grande que as perdas acabam por tornarem-se insignificantes.
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