segunda-feira, 20 de junho de 2011

Em defesa dos papais!

Muito se fala a respeito da importância do vínculo materno; pesquisas na área da psicologia, reportagens em revistas e telejornais, pediatras, obstetras, etc., todos demonstram uma intensa preocupação com a relação entre a mãe e o bebê. É óbvio que esta relação é de extrema importância, mas tais debates acabam deixando de lado uma figurinha muito importante: o papai. Além de esta pessoa ter sido indispensável para a concepção do bebê, ele também terá sua vida totalmente transformada e será fundamental na vida do filho. Não quero de forma alguma defender o modelo de família patriarcal, já que atualmente os modelos de família são inúmeros: mães solteiras, pais solteiros, avós criando netos, casais homossexuais que adotam crianças, todas elas com a sua dinâmica própria e nenhuma mais “adequada” ou “correta” do que a outra. Também não considero que um pai seja indispensável na criação de uma criança, apenas pretendo levantar a reflexão de que quando a figura paterna está presente, ela não deve de forma alguma ser menosprezada diante da figura materna.
A participação do pai inicia-se já na gestação. Esta costuma ser uma fase complicada para o casal, pois aparecem os enjôos, as mudanças de humor, a falta de desejo sexual e outras situações que afetam não apenas a mamãe, mas também o parceiro. Dependendo do grau de apoio e compreensão que ele apresentar, a gravidez será um período muito mais tranqüilo e prazeroso. Ou seja, não é apenas a grávida que sofre com as mudanças da gravidez. E ninguém lembra-se de perguntar como o “grávido” está se sentindo...
Os pais sofrem inclusive com a depressão pós parto paterna. Você pensava que este era um mal que acometia exclusivamente mulheres? Enganou-se! As intensas mudanças causadas pelo nascimento do bebê, somadas ao cansaço, insegurança, falta de desejo sexual da esposa, podem desencadear tal situação para o papai. Pesquisas mostram que aproximadamente 7% dos homens é acometido pela depressão pós parto, contra 15% das mulheres. (FONTE: http://papaimoderno.wordpress.com)
O vínculo que o pai desenvolve com a criança pode ser tão ou mais intenso do que o vínculo materno. Vínculo afetivo não é algo inato, ele não está presente assim que o bebê nasce. Ele precisa ser construído no dia a dia, e o papai que é participativo com certeza o fará com muito sucesso. É a cada troca de fraldas, a cada mamadeira, a cada vez em que coloca o bebê para dormir, a cada brincadeira, a cada banho que o papai aprenderá a amar o bebê e será amado por ele também.
Talvez a falta de preocupação com a relação entre pai e bebê até se justificasse em tempos nos quais os pais eram responsáveis apenas pelo sustento financeiro da família, e não lhes era delegada a função de participar dos cuidados e criação dos filhos. Mas hoje, diante desta nova geração de papais que acaba por participar deste processo tão intensamente quanto as mães, já que as mesmas vêm deixando os lares para ocuparem cada vez mais postos no mercado de trabalho, tal posição precisa ser revista. Os pais precisam ser cada vez mais valorizados e incentivados a relacionar-se com os filhos. EM DEFESA DOS PAPAIS JÁ!!!

domingo, 5 de junho de 2011

Deixe o bebê chorar...


Segunda feira. Onze e meia da manhã. Você acabou de chegar do trabalho e precisa fazer o almoço. Seu marido chegará em casa dentro de 30 minutos, e você sabe que ele precisa almoçar rapidamente para retornar ao trabalho às 13h. De repente, enquanto você corre de um lado para o outro descongelando a carne no microondas, colocando o arroz para cozinhar e picando tomate e cebola (tudo ao mesmo tempo), seu bebê que está no carrinho começa a chorar. Você sabe que ele está de barriga cheia, com a fralda limpa, e aparentemente está sem dor; ou seja, está chorando porque quer colo. O que você faz?
Outra cena: Você está se arrumando para sair. Já tomou banho, vestiu a roupa e agora vai começar a fazer maquiagem. Novamente seu bebê que está no carrinho começa a chorar, e novamente você constata que está chorando porque quer colo. O que você faz?
Terceira cena: Você está resolvendo alguns assuntos de trabalho, respondendo e-mails e fazendo alguns telefonemas. São questões urgentes e não podem ser deixados para outra hora. De repente, adivinha? Claro que o bebê começa a chorar, e o motivo do choro é o mesmo das cenas anteriores. O que você faz?
Algumas pessoas responderiam: Eu pediria que o meu marido trouxesse uma marmita, ou almoçaria ovo frito (mesmo detestando e sabendo que não é o melhor para sua saúde) para poder ficar com o bebê no colo. Eu sairia sem maquiagem (mesmo se sentindo horrorosa) para poder ficar com o bebê no colo. Eu deixaria o trabalho para outro momento (mesmo arriscando levar uma bronca do chefe) para poder ficar com o bebê no colo. Até aí sem problemas, se as cenas ocorrerem apenas esporadicamente. Mas e se o bebê fizer isso com frequência? Almoçar ovo frito, sair sentindo-se horrorosa, e deixar o trabalho atrasado vai ser uma constante em sua vida?
Há outras alternativas, e vou apresentar duas delas: se for possível, você pode continuar realizando suas atividades segurando o bebê em um braço e trabalhando com o outro. E em tarefas nas quais isto não é possível? É fácil: deixe o bebê chorar! Entretanto, prepare-se, os comentários serão inúmeros: “Coitadinho, assim ele vai ficar traumatizado!” “Cuidado, desse jeito ele vai ficar com raiva de você.”  Ou até os mais fatalistas: “Nossa, é até perigoso, ele pode engasgar e ficar sufocado.”
FATO 1: Não, seu bebê não vai ficar traumatizado. Se o acolhimento for mais frequente do que deixá-lo chorar, certamente ele será um bebê feliz. Além disso, você estará ensinando frustração a seu filho, o que contribuirá para que ele seja um adulto equilibrado e saudável.
FATO 2: Ele não vai ficar com raiva de você. Por mais tempo que passe chorando, quando você pegá-lo no colo a sensação sempre vai ser agradável; ou seja, ele vai associá-la ao alívio e acolhimento que sentirá neste momento, e não ao tempo em que ficou chorando.
FATO 3: O bebê não vai morrer engasgado por chorar alguns minutos. É claro que você não vai deixá-lo por horas a fio, e é claro que estará por perto e perceberá se ele engasgar, podendo socorrê-lo a tempo. Há inclusive os que dizem que chorar é exercício e fortalece o pulmão.
FATO 4: As pessoas que a criticam por deixar o bebê chorando não estão com você durante as atividades do dia a dia; se estivessem, entenderiam sua atitude.
O maior fato de todos é que seu bebê precisa de uma mãe saudável e feliz. E para tanto, você precisará alimentar-se corretamente, cuidar de sua aparência e de sua vida profissional, mesmo que isto signifique deixá-lo chorando de vez em quando. Mamãe feliz cria bebê feliz, e o oposto também é verdadeiro. Ah, e não se preocupe; com o tempo você aprende a cortar tomate sem cortar os dedos, passar rímel sem borrar, e mandar e-mails sem errar o endereço, mesmo com aquele chorinho como trilha sonora.